sábado, 13 de outubro de 2018

Capítulo 14

Domingo, 27 de março.

Acordei sozinha na cama porém na companhia de uma leve dor de cabeça, nada demais e acabei rindo lembrando do meu estado na noite anterior. Eu ainda to sem acreditar que eu praticamente obriguei o Heitor a transar comigo hahahaha. Levantei, procurei remédio na minha bolsa e tomei antes de tomar banho. Vi um bilhete do Heitor dizendo que estava no restaurante do hotel e me apressei, ou perderia o café da manhã. Terminei de me arrumar e desci. 

Isabela: BU - disse em seu ouvido ao vê-lo sentado de costas pra entrada -
Heitor: que susto - riu - 
Isabela: bom dia - beijei sua bochecha e ele retribuiu -
Heitor: vai botar a comida logo - assenti, deixei meu celular com ele e fui pegar minha comida. Tinha muita coisa e peguei um pouquinho de cada e suco. Voltei pra mesa e sentei - acordou bem?
Isabela: com um pouquinho de dor de cabeça só - riu - mas já tomei remédio - comi um pedaço de morango e voltei minha atenção pra ele - sobre ontem - me olhou - queria saber... você ficou chateado?
Heitor: não - negou com a cabeça - eu só fiquei confuso - deu ombros - você tinha dito mais cedo que não queria nada e à noite tava daquele jeito - riu e eu acabei rindo -
Isabela: eu não sei o que deu em mim 
Heitor: eu diria que foi o vinho 
Isabela: é, posso dizer que foi isso mesmo - rimos - sorry, isso não vai mais acontecer
Heitor: mas eu gostei 
Isabela: eu também - sorri - mas não quero que você fique chateado, pensando que só quero abusar do seu corpo nu e sensual - gargalhou -
Heitor: me senti ofendido 
Isabela: você falou que eu só queria te usar - rimos -
Heitor: eu fiquei assustado, Isabela - não conseguia parar de rir -
Isabela: tá, tudo bem. Desculpa - dei ombros -
Heitor: relaxa, a gente pode ser friends with benefits - gargalhei -
Isabela: você não presta 
Heitor: ahhh, eu que não presto, entendi - rimos. Ele terminou de comer primeiro que eu e ficou me esperando. Depois subimos, terminei de me arrumar e guardar minhas coisas e descemos pra fazer check-out, já que não voltaríamos mais pro hotel. Saímos de lá e depois o Heitor me levou no Palau de Gel, o palácio de gelo ficava há uns 20 minutos de onde estávamos e chegamos rapidinho. Lá, passamos o restinho da manhã e começo da tarde fazendo patinação e karting no gelo. Foi divertido, depois almoçamos e fomos no Santuário de Meritxell, que é a padroeira de Andorra. Eu amo história e lá, soube que o templo românico onde a virgem era venerada, foi destruído em um incêndio em 1972 e no lugar, construíram um novo templo mais bonito e moderno. No fim do dia voltamos pra Barcelona e ele me deixou em casa por volta das sete da noite. Eu tava tão morta, tão morta, que a única coisa que eu consegui fazer foi tomar banho, avisar meus pais que já estava em casa, colocar o celular pra carregar, ativar o não perturbe, desforrar minha cama e capotar bonito.
Acordei na segunda com meu despertador tocando e levantei sem ativar a soneca. Milagre hahaha. Também... o tanto que eu dormi, né? Peguei meu celular e tava lotado de  mensagem e ligação. Todo mundo querendo saber se tinha acontecido alguma coisa porque eu simplesmente sumi hahaha. Respondi todo mundo e fui tomar banho.

(...)

Tinha acabado de voltar pra sala depois da consulta com a Amaya. Não tinha falado muito com a Lola porque assim que cheguei já comecei a atender, então, assim que sentei na cadeira ela entrou na minha sala

Lola: vamos, hora de me contar - sentou na cadeira de frente pra mim e já comecei a rir -
Isabela: no almoço te conto
Lola: jamais! Você tem - olhou no relógio - dez minutos livres pra me contar 
Isabela: meu deus - ri - com detalhes?
Lola: depende - rimos - 
Isabela: ok - comecei a contar, resumindo um pouco e no fim, óbvio que ela ficou chocada -
Lola: Isabela você é doida - disse rindo - não é possível!
Isabela: eu bebi demais, deu nisso - dei ombros -
Lola: mas e ele?
Isabela: ontem de manhã, perguntei se ele ficou chateado, ele disse que não. Só ficou confuso - rimos -
Lola: até eu fiquei. Mas e ai? Bom...?
Isabela: DEMAIS - rimos -
Lola: ihhhhh, Neymar que se cuide 
Isabela: ah lá vem - riu - para com isso, é sério 
Lola: tuuudo bem. Mas gostou de Andorra?
Isabela: adorei, apesar de não ter visto muita coisa pra fazer, fora coisas relacionadas à neve etc. Lá é lindo
Lola: é, já fui uma vez - meu celular começou a tocar, olhei e era a Rafa - to lá na frente - assenti, ela levantou, foi saindo e atendi -
Isabela: oi bebe
Rafaela: oie, bom dia
Isabela: dia, baby! Tudo bem?
Rafaela: tudo, to atrapalhando?
Isabela: não, pode falar
Rafaela: vamos almoçar com a gente hoje? Vai todo mundo 
Isabela: ah, Rafa, mas eu só tenho uma hora de almoço. Fica ruim pra voltar depois 
Rafaela: a gente vai esperar você sair dai 
Isabela: que? Não, claro que não. Vamos marcar um jantar, é melhor 
Rafaela: garota, a gente vai esperar e você vai sim - ri - fim de papo, te pego ai 
Isabela: ai meu Deus, Rafaela - riu - tudo bem então. Ótimo que você vem, tem duas caixas com livros que chegou no Brasil e minha mãe mandou, você me ajuda a levar
Rafaela: que folgaaaa - rimos - 
Isabela: choices, babe. Largo às 14h
Rafaela: estarei ai. Beijinhos 
Isabela: beijinhos, louca - ri e desliguei. Voltei pro trabalho, meio dia comi só um docinho na lanchonete do hospital pra não morrerrrr de fome e usei minha hora de almoço pra ficar de boa no jardim. 14h larguei e cheguei felizinha na minha sala -
Lola: Isa, a doutora Celina acabou de ligar marcando reunião - fiz a minha melhor cara de frustração ao escutar essa frase -
Isabela: sério? - assentiu rindo - ela não disse o que era? 
Lola: não mas a voz dela não estava muito agradável 
Isabela: ihh. Vou logo então
Lola: já deu meu horário e eu to indo 
Isabela: me abandona mais, Espinoza - rimos -
Lola: depois me conta o que aconteceu 
Isabela: conto - nos despedimos e entrei na minha sala. Tirei o jaleco e coloquei em cima da minha mesa, juntei alguns papéis que eu teria que levar pra casa, coloquei junto com as caixas dos meus livros, peguei minha bolsa no armário e deixei junto das minhas coisas. Soltei o cabelo, coloquei o lulu no braço, peguei o celular e sai da sala mandando áudio pra Rafa - Rafa, eu vou atrasar. A minha chefe acabou de chamar pra uma reunião mas assim que você chegar sobe pra minha sala. Fica no sétimo andar número quinhentos e doze. Não tem ninguém, pode ficar lá sem problemas. Beijo - ela ficou online na mesma hora e logo chegou a resposta dela. Coloquei o celular no ouvido porque ninguém precisa ouvir nada nos corredores do hospital, não é mesmo?! -
Rafaela: afffff! A gente já saiu, vai demorar? Não vai ter problema de eu ficar lá não, né? Só vou subir pra te ajudar com essas caixas ai ô, folgada - ri e comecei a gravar respondendo-a -
Isabela: não vai ter problema, quem manda nessa bagaça sou eu - ri - vou entrar na sala e não sei se demoro mas acho que não. Beijos - enviei, travei o celular e pus no bolso. Bati na porta da sala da doutora Celina, ouvi um pode entrar e já estavam todos lá. A Karen deu um sorrisinho que eu não consegui entender o porque mas não liguei. Ela me odeia e eu realmente não sei o que fiz pra ela. Doida! - desculpa a demora, tava com paciente
Celina: a Lola falou - disse olhando algo no notebook, sentei entre o Christian e Heitor - vou ser direta como eu sempre fui! - calada estava calada continuei - chegou aos meus ouvidos que alguém, que está aqui dentro desta sala, saiu do hospital com uma paciente da ala de oncologia infantil, sem autorização do médico responsável. Eu quero saber quem foi e só saio daqui quando aparecer! - disse em espanhol. Ual! Ela estava falando de mim e deve saber que fui eu porque passou alguns segundos me fuzilando mas logo tirou a vista e olhou pra todos alternadamente. Todos permaneceram calados mas eu não - 
Isabela: fui eu, doutora Celina - respondi em espanhol também e todos me olharam. Fiz menção em continuar a falar mas ela me interrompeu antes mesmo que eu pronunciasse alguma letra -
Celina: liberados, Isabela você fica - assenti. O Heitor me olhou meio sem saber o que fazer, levantou e saiu, assim como os outros dois e Karen... Ah, Karen... Você me deu um motivo pro meu ódio ser recíproco porque eu tenho certeza que foi você! A cara e o sorriso dela não deixaram esconder isso. Eles saíram e a atenção da Celina voltou-se toda pra mim - então você acha isso certo? - voltou a falar português -
Isabela: desculpa, Celina mas eu não fiz nada de tão horrível. A Alexia não vê a cor da rua há meses, eu só fiz uma das coisas que ela mais me pede todo dia 
Celina: você tirou ela de dentro do hospital sabendo que ela corre risco de vida e acha que isso não é tão horrível, eu ouvi isso mesmo?
Isabela: se você considera o jardim do Vall d'Hebron fora do hospital, com todos os equipamentos grudados na Alexia um risco, sim, então eu fiz isso 
Celina: não estou falando do jardim do hospital, Isabela, estou falando do portão pra fora. Você tirou a menina daqui sem autorização nenhuma - olhei-a incrédula - você não tem cacife para isso. Você não é médica dela, você é apenas a psicóloga!
Isabela: desculpa, Celina! Mas tem alguma coisa errada, você está completamente equivocada em falar uma coisa dessa - me olhou sem entender e eu continuei - eu não sai do hospital com Alexia, de jeito nenhum! - exclamei horrorizada - eu fui até o jardim com ela e não fiquei nem quinze minutos - ficou alguns segundos calada - eu nunca colocaria a vida dela em risco. Nem dela nem de nenhum outro paciente meu ou de quem quer que seja 
Celina: me prove!
Isabela: você tá achando que eu to mentindo? - eu comecei a sentir meus olhos arderem. Se tem uma coisa que eu mais odeio na face da terra, é alguém duvidar da minha palavra quando eu estou absolutamente certa. Como agora! -
Celina: quem me falou disse com todas as letras que viu você passando do portão hospital com a Alexia. Me prove o contrário! 
Isabela: Celina, eu não to acreditando nisso - disse mais alto e me levantei de onde eu estava - você me conhece há pouco tempo mas eu tenho certeza que você sabe que eu não sou capaz de fazer uma coisa dessa
Celina: Isabela, infelizmente, eu quero provas! Você tá dispensada até colocar coisas concretas em minha frente 
Isabela: o que? - tentei ao máximo segurar as lágrimas. Eu não podia chorar ali. Não na frente dela - Celina, por favor não faça isso
Celina: peça para a sua secretária passar os seus pacientes para o Christian e para o Heitor - fingiu que não ouviu ou realmente não deu a mínima atenção ao meu pedido -
Isabela: Celina, você não pode fazer isso comigo! Você precisa acreditar em mim! Eu nunca faria uma coisa dessas
Celina: prove e estamos entendidas 
Isabela: prove e estamos entendidas? Você tá duvidando da minha palavra, do meu caráter e estaremos entendidas? - respirei fundo porque eu estava perdendo o controle. Calma, Isabela! Ela é sua chefe. Ela é sua chefe. Ela é sua chefe. Ela é sua chefe. Ela é sua chefe. Ela é sua chefe. Ela é sua chefe. Repeti isso mentalmente mil vezes enquanto pensava no que dizer eu vou te provar e eu espero que você se arrependa de acreditar em quem não deve - fui andando em direção à porta - eu sei que será em vão e bem antiético - voltei a olhá-la - mas você pode me confirmar uma coisa?
Celina: não vou dizer quem foi 
Isabela: não precisa dizer, apenas balance a cabeça - ela ficou calada - foi a Karen, não foi? - olhei dentro dos seus olhos e ela não me respondeu. Apenas tirou a vista e olhou para a parede branca em sua frente - obrigada! - bastou eu colocar um pé depois da porta pras lágrimas descerem que nem água e sai da sala passando mal de nervosa e juro que se eu não tivesse que sair dali, ia me internar nesse exato momento, entrei na minha sala e a Rafa estava lá - 
Rafaela: amei a decoração - me olhou e arregalou os olhos ao notar o meu estado - o que houve? - levantou e me abraçou. Meu Deus como eu queria um abraço. Eu só sabia chorar. Ela nos guiou até o sofá, me deixou lá e saiu da sala, voltou alguns minutos depois com um copo d'água e eu bebi todo sem conseguir me acalmar - Isabela, por favor fica calma - ficou abaixada em minha frente - eu to ficando preocupada - tirou alguns fios de cabelo que estavam no meu rosto e passou as mãos no meu rosto - se acalma, você vai ter uma coisa ai - assenti soluçando - respira fundo - começou a respirar fundo e eu passei a imitá-la, me acalmando alguns minutos depois - 
Isabela: aquela desgraçada! - gritei e ela se assustou - eu quero matar ela, Rafaela! Matar!! 
Rafaela: não fala isso - sentou do meu lado e me abraçou - me conta o que houve, deixa eu te ajudar 
Isabela: lembra daquela menininha daqui que contei pra vocês, a Alexia?
Rafaela: claro - sorriu um pouco - aconteceu alguma coisa com ela?
Isabela: não... não exatamente! Me corta o coração não poder fazer por ela, nada além do meu trabalho. Ela tá internada aqui há meses com essa doença maldita e ela sempre me pede pra sair um pouco. É claro que é arriscado mas eu nunca faria algo que a prejudicasse, nunca!
Rafaela: eu sei! Mas não to entendendo 
Isabela: semana passadaeu desci com ela no meu horário de almoço. Fui com ela até o jardim e não fiquei nem quinze minutos lá. Ela ficou tão feliz, Rafa, tão feliz - consegui sorrir lembrando -
Rafaela: eu imagino, Isa... 
Isabela: quando foi hoje, a Celina, a minha chefe - assentiu - avisou da reunião e quando eu entrei na sala tava a equipe toda - contei tudo - e foi isso, ela me dispensou e eu tenho que provar uma coisa que eu não passei do jardim com a Alexia, não sei como. Aquela cachorra vai me pagar! - voltei a chorar novamente -
Rafaela: eu nem sei se digo pra você não chorar porque eu sei que chorar vai te aliviar - me abraçou - nem sempre nós vamos agradar todo mundo, Isa. Você pode ter nunca feito nada pra essa Karen ai e ela simplesmente te odeia por você ser quem é, não pelo nome - assenti - pelo que você é. Pela pessoa maravilhosa que você é, pela energia incrível que você transmite, por você ser essa pessoa tão doce e tão amável, me entende? - assenti novamente - isso é inveja, Isa! E pessoas com esse sentimento horrível, um dia caem sozinhas, não precisa de nenhum esforço. Então - nos afastou e me fez olhar pra ela - pode tirar esse ódio todo do seu coraçãozinho que você não é assim de jeito nenhum - passou o polegar embaixo dos meus olhos e eu sorri - deixa Deus agir e tá tudo certo 
Isabela: obrigada - abracei-a - sério, obrigada
Rafaela: sem essa vai, eu gosto de você e você não merece essas coisas que essa garota ta fazendo - sorri - 
Isabela: vai ficar chateada se eu não for? Fala pra eles
Rafaela: ah, nem! Vamos sim!! Não adianta mais nada hoje, não agora! Você tem que se distrair e o Junior tá ai, sabia? - olhei surpresa - 
Isabela: eu não acredito - ela riu - 
Rafaela: acredite! 
Isabela: meu Deus! - rimos - tá vai, vamos!
Rafaela: ai sim - levantamos - vamos, cade as caixas? - apontei pra minha mesa - paga meu almoço e estamos quites - rimos. Peguei minhas coisas e uma das caixas, a Rafa pegou outra e saiu primeiro. Tranquei minha sala porque sim, guardei a chave na bolsa e andamos pelo corredor até o elevador. Descemos pro térreo e quando olhei pra um dos lados do jardim, vi a Karen - 

Isabela: olha ela ali - apontei discretamente pra onde ela estava com a cabeça e a Rafa olhou -
Rafaela: qual?
Isabela: essa de cabelo preto, baixinha 
Rafaela: aff, vi! Ridicula. Vamos, vai - saímos do hospital e a segui até o carro do irmão dela. Mais um. Colocamos as caixas no porta malas e entrei primeiro - 
Isabela: oi - Rafa entrou e fechou a porta. Jota tava dirigindo e o Neymar no passageiro -
Jota: eai, Isa - me olhou pelo retrovisor e eu sorri -
Neymar: achei que iam demorar mais - olhou pra trás rindo -
Rafaela: não começa, Junior! - Jota deu partida - sabe nem o que aconteceu e fica falando merda
Isabela: deixa, Rafa! Depois ele me pergunta porque eu não gosto dele - sorri cínica e ele riu novamente -
Neymar: você chorou?
Isabela: chorei de tristeza porque ia te ver
Neymar: dá uma segurada, Belinha
Isabela: Belinha o teu cu, Neymar - riram - pensei que a gente tinha um acordo
Jota: hum, acordo é? - riu -
Neymar: temos! E Andorra?
Isabela: tá lá no lugar dela, ué - Rafa e Jota riram -
Rafaela: eu acho pooouco - disse rindo -
Neymar: nem ligo - deu ombros - e o amiguinho?
Isabela: com ciúmes, Ney? Que que isso hein? - rimos menos ele -
Jota: nem é cínica - ri -
Neymar: quem tá com ciúme aqui? Tem ninguém com ciúme aqui não, filhona. Baixa a bola
Isabela: ai, quero ir pra casa. Eu odeio teu irmão, Rafaela! - ela riu -
Jota: pra mim isso tem outro nome 
Neymar: falei nada - ria que nem um doente, acha graça de tudo esse... esse... esse garoto -
Isabela: acho bom você ficar na sua - disse pro Jota que deu risada -
Rafaela: geral tá lá?
Neymar: já devem ter voltado com essa demora toda 
Isabela: péssima ideia em ter vindo, real oficial - riram - seus pais vão, Rafa?
Neymar: vão
Isabela: RAFA? 
Rafaela: vão, Isabela, meus pais vão sim - disse rindo e negou com a cabeça - vocês dois hein? Ai ai - ri. Eles foram conversando e soltando piadinhas o tempo inteiro até chegarmos no restaurante, eu, apesar de tudo (Neymar), conversava também, na tentativa de esquecer o que tinha acabado de acontecer no hospital. Descemos, peguei minha bolsa e entramos. Os pais da Rafa, os meninos, Carol e Davi estavam numa mesa grande e fomos até eles. Falei com todos, dei um beijo no Davi e só coloquei minha bolsa na minha cadeira, peguei meu celular e me afastei pra ligar pra Lola -
Neymar: onde você vai? - pegou no meu braço antes de sentar -
Isabela: não me lembro de ter que te dar satisfações - soltei meu braço dele -
Neymar: to falando numa boa
Isabela: quando você parar de me irritar, talvez - sorri sem mostrar os dentes e sai de perto. Eu hein! Procurei o número da Lola na minha agenda e logo ela me atendeu - Lola! 
Lola: ai meu Deus, eu te dei tchau não faz nem duas horas - riu -
Isabela: Lola, sério! Preciso te contar, é urgente
Lola: sobre a reunião? - sua voz logo mudou - 
Isabela: sim! Semana passada, quinta ou sexta, não lembro exatamente, antes de eu ir almoçar, levei a Alexia no jardim
Lola: mas você pediu autorização, né?
Isabela: não
Lola: po, chefa... - ficou calada - eu e o Heitor falamos pra você que era pra pedir
Isabela: eu sei mas agora já era, a Celina descobriu ou melhor, a Karen viu e contou mas o pior você não sabe
Lola: o que ela fez?
Isabela: aquela monstra falou pra Celina que eu sai do hospital, tipo, sai mesmo. E eu não fiz isso, eu só fui até o jardim 
Lola: você tá falando sério? Que garota doente!
Isabela: tem mais! A Celina me afastou, disse que só volto se eu provar que não sai do hospital com a Alexia 
Lola: caramba, Isa! Ela foi longe demais, ela não pode acreditar na Karen assim, sem ao menos procurar saber se aconteceu ou não
Isabela: não sei o que fazer - comecei a andar de um lado pro outro meio desesperada -
Lola: calma! Vamos pensar - ficou alguns segundos calada - você não viu ninguém na hora que estava lá no jardim?
Isabela: eu não prestei atenção. Era hora de almoço, não tinha quase ninguém por lá, eu acho
Lola: pera ai, deixa eu terminar de dar banho no Vi, eu vou te ligar. A gente vai resolver isso juntas, ok?
Isabela: por favor, Lo, não posso deixar essa cobra fazer isso comigo.
Lola: eu vou te ajudar. Te retorno 
Isabela: tá bom. Beijo, obrigada 
Lola: por nada. beijo - desligou e voltei pra mesa. Tinham me trocado de lugar e me colocaram exatamente do lado do Neymar. Ah não! Do lado esquerdo estava ele, no lado direito a Nadine. Menos mal -
Nadine: que carinha triste é essa? - disse baixinho assim que sentei -
Isabela: tá aparente assim? 
Nadine: um pouco - riu fraco - aconteceu alguma coisa? 
Isabela: to com problema no hospital
Nadine: quer me contar?
Isabela: até quero mas acho que se eu começar a falar aqui vou começar a chorar de novo - fiz bico -
Nadine: entendo - ficou alguns segundos calada - é alguma coisa grave? 
Isabela: dona Nadine...
Nadine: que tal começar me chamando de tia? - me interrompeu - 
Isabela: ah, claro - sorri e ela retribuiu - eu trabalho na área de oncologia infantil do hospital, sabe? - assentiu - dai, tem uma menininha lá, a Alexia. Me apeguei muito à ela, muito. Ela tá internada lá há alguns meses e desde então, não tinha saído do quarto. Ela me dizia que isso a deixava muito triste e eu ficava mais triste ainda por não conseguir ajudá-la 
Nadine: entendo. Mas você não podia pedir autorização pra sair com ela um pouquinho que fosse?
Isabela: então... foi ai que eu errei. Errei e assumo - ela ficou me olhando na intenção que eu continuasse e assim fiz - semana passada, antes de eu sair pra almoçar, eu levei-a dez minutos no jardim. Ela ficou super feliz, tia. Muito feliz - sorriu - o problema é que tem uma menina lá, que entrou junto comigo, que ela não vai com minha cara. Eu nunca fiz nada pra ela e ela me odeia - dei ombros - dai ela viu, falou pra nossa chefe que eu sai com a Alexia do hospital. Tipo sai mesmo
Nadine: poxa, Isa - era notório que ela também tinha ficado triste. Meus olhos começaram a encher de lágrima antes que eu pudesse terminar de contar - mas é só você falar pra sua chefe que não foi assim que aconteceu
Isabela: eu tentei - segurei o choro e continuei - sendo que ela me afastou. Disse que eu só volto se eu provar que to falando a verdade. Eu apenas não sei o que fazer - as lágrimas começaram a descer e quanto mais eu as enxugava, mais elas desciam -
Nadine: vem aqui comigo - levantou e eu a acompanhei. Todo mundo olhou e eu virei logo o rosto antes que notassem (se é que já não tinham notado) que eu estava chorando - vão pedindo, vou aqui rapidinho com a Isa
Neymar: aonde, mãe?
Nadine: aqui, é rápido - pegou na minha mão e foi me guiando até o lado de fora do restaurante - então, além de você não ter pedido autorização, essa menina disse que você saiu do hospital com ela, foi isso?
Isabela: foi - me encostei num carro ali no estacionamento e eu simplesmente não conseguia parar de chorar -
Nadine: não fique assim - me deu um abraço acolhedor e eu juro que senti minha mãe me abraçando. Pode isso? - agora que você já sabe que pra toda ação existe uma reação, você vai pensar duas, três vezes antes de fazer alguma coisa que não está ao seu alcance, não vai? - me olhou -
Isabela: sim, claro. Aprendi e da pior forma
Nadine: então agora a gente vai pensar em como você vai provar que está certa
Isabela: mas tia, a minha chefe foi muito injusta comigo. Me disse que eu tenho que provar e estaremos entendidas. Como assim? Ela me dispensa, mal me dá a chance de me explicar e depois que eu provo tá tudo bem? 
Nadine: infelizmente você precisa do seu trabalho e vai ter que aceitar a condição dela se quiser continuar trabalhando lá. Sabe, Isa - começou a fazer carinho na minha mão - eu já passei por muita coisa, eu e o Neymar já sofremos muito pra que não faltasse nada pro Juninho ou pra Rafa. Já ouvi muita coisa e tive que engolir e seguir em frente. Isso acontece com todo mundo e com você não vai ser diferente. Isso foi apenas uma consequência da decisão que você tomou 
Isabela: eu sei 
Neymar: Isa - apareceu ali e olhamos pra porta - o seu celular 
Isabela: obrigada - me entregou, olhei e era a Lola. Me afastei e ele ainda ficou ali com a mãe -
Lola: oi chefa, tá mais calma?
Isabela: não, nem um pouco 
Lola: você tem que fazer um esforço e lembrar se mais alguém além da Karen te viu 
Isabela: não consigo. Foi muito rápido
Lola: algum segurança? 
Isabela: não sei, eu não sei - voltei a chorar - eu não sei, Lola. Não consigo pensar em nada, eu só quero ir embora 
Lola: calmaaa. Você não vai desistir no primeiro tranco, Isabela. Pelo amor de De...
Isabela: alo? - olhei na tela e meu celular tinha descarregado. Voltei pra perto deles e pus o celular no bolso - 
Neymar: a minha mãe me contou - dei ombros - o que você vai fazer?
Isabela: não sei, voltar pro Brasil 
Neymar: o que? Não!
Nadine: calma, você tá triste, nervosa. Não vai conseguir resolver nada assim
Neymar: nesse lugar que você tava não tem câmera? - fiquei olhando-o e ele falou naturalmente e eu fiquei incrédula comigo mesma por não ter pensado nisso. Como sou burra!!!!! -
Nadine: isso, você tem que olhar as câmeras!
Isabela: meu Deus, como eu não pensei nisso antes? - ri animada e num momento totalmente impulsivo, abracei o Neymar. Gente! GENTE!!!! - obrigadaaaa - ele ficou surpreso mas correspondeu ao abraço e quando desfiz o mesmo, ele estava sorrindo.... Que sorriso, amiguinhos.... -
Neymar: por nada 
Nadine: agora vamos comer, você tem que ficar forte pra resolver isso 
Isabela: é, vamos - a abracei de lado e entramos assim no restaurante. Neymar mais na frente e eu e ela seguindo-o - obrigada, tia. De verdade
Nadine: por nada, meu amor - sorriu e beijou minha cabeça. Sentamos de volta, Rafa sussurrou perguntando se tava tudo bem e eu respondi que sim. Almoçamos num clima descontraído mas tudo que eu queria era resolver isso logo. Passei a maior parte do tempo conversando com a Nadine e não vou cansar de falar o quanto ela é demais. No fim, me despedi deles e Rafa, Jota e Neymar me deixaram na minha casa -
Neymar: tem certeza que você não quer ajuda com o negócio lá?
Rafaela: cabeça dura...... - ri -
Isabela: não, gente! Não quero incomodar vocês 
Jota: não tá incomodando, Isa! A gente não tem nada pra fazer
Neymar: mas também se não quiser não vamo ficar insistindo 
Rafaela: vou ficar insistindo sim - rimos - a gente deixa suas coisas aí e vai lá no hospital com você 
Isabela: aiiii, Rafaela! Preciso colocar meu celular pra carregar ainda 
Neymar: para de dificultar - revirou os olhos e desceu do carro, abrindo a porta do lado que eu estava em seguida - desce logo 
Isabela: taaaa, tá bom - desci rindo e surpresa porque desde o restaurante estávamos tendo uma convivência “amigável”. Eles entraram comigo e Neymar subiu com as duas caixas de livros pra deixar no meu quarto. Junto.Comigo. ........ - onde eu coloco?
Isabela: hmm - olhei em volta - aqui - afastei a mala que estava do lado da cama e ele colocou lá - obrigada - me olhou e sorriu... aiai -
Neymar: tem banheiro aqui? To apertado!
Isabela: não não, eu tomo banho na casa do vizinho - ri, ele olhou de cara feia mas acompanhou em seguida - é obvio que tem né - apontei pra porta e ele foi até a mesma sem me dar muita atenção, procurei outra roupa pra vestir e por um momento esqueci que o Neymar tava dentro do meu banheiro mas lembrei assim que abri o botão da minha calça e ele saiu do mesmo -
Neymar: vai agora?
Isabela: jajá - falei com a mão em cima do botão, agora aberto, com a cara mais sem graça do mundo - 
Neymar: to esperando lá embaixo então - assenti e ele foi passar por mim pra poder sair do quarto. Ficamos próximos. Muito próximos -
Isabela: pode... ir... - disse meio sem noção e senti aos poucos sua mão esquerda na minha mão esquerda - Neym...
Neymar: Junior! - falou baixinho e me puxou pra mais perto -
Isabela: Junior - ele sorriu largamente. Gente! Que! Sorriso! - 
Neymar: se eu te beijar e você não gostar, pode me bater 
Isabela: melhor não, é sér.... - tarde demais! Me beijou, me beijou mesmo. Me imprensou contra a traíra porta do meu guarda roupa e suas mãos desceram até meu quadril. Minhas mãos foram direto pra sua nuca e olha... por mim eu não parava esse beijo mais nunca.... - melhor não - caí em mim e o empurrei - desce por favor
Neymar: foi ruim? - riu -
Isabela: só desce - ouvi passos e me agoniei - andaaa - disse mais baixo sacudindo meus braços e ele me deu um selinho antes de realmente passar por mim e sair do meu quarto - minha nossa senhora - sussurrei pra mim mesmo colocando a mão na boca, juntei minhas roupas ainda incrédula e entrei no banheiro rápido quando ouvi os passos mais perto -
Rafaela: Bela 
Isabela: oi, to trocando de roupa 
Rafaela: adianta, garota. Nem precisava 
Isabela: a calça tava me agoniando 
Rafaela: que que meu irmão desceu rindo?
Isabela: oi? - ah merda -
Rafaela: por que o meu irmão desceu rindo?
Isabela: algo no celular, não? 
Rafaela: ele estava com as duas mãos no bolso - abri a porta e ela estava sentada na cama de frente pra mesma com uma sobrancelha erguida -
Isabela: sei lá então - dei ombros e fui procurar sei la o que na minha bolsa. Eu ainda tava nervosa e isso era muito notável. Eu literalmente sou muito transparente. Oh Lord! -
Rafaela: não vai me contar que se beijaram?
Isabela: que? - a olhei imediatamente - tá louca? - riu - eu não beijei ninguém não, muito menos o seu irmão - voltei a olhar pra dentro da minha bolsa e se eu pudesse me enfiava lá dentro -
Rafaela: por que você tá nervosa? - disse calmamente e riu -
Isabela: eu não to não. To procurando....
Rafaela: ham
Isabela: meu brinco 

Rafaela: você já tá com um brinco gigante na orelha - peguei no mesmo -
Isabela: ah... é... é outro! - riu -
Rafaela: sei... - ficou calada - mas se quiser me contar....
Isabela: qual é Rafaelaaaa - a olhei de uma vez por todas - eu não queria tá? Ele me beijou, ele! Ele me imprensou na porta do meu guarda roupa e me beijou, pronto. Satisfeita? - gargalhou -
Rafaela: caralho - disse embolando na cama e eu paradissima olhando-a - ai você é muito engraçada
Isabela: eu?
Rafaela: sim - assentiu - eu só joguei verde - disse passando os dedos indicadores embaixo dos olhos, ela tinha chorado de rir - colhi madurinho
Isabela: como é que é?
Rafaela: não faz nem três meses que eu te conheço e eu já sei como conseguir as coisas de você fácil fácil - disse ainda rindo - 
Isabela: idiota - sentei do lado dela e acabei rindo junto -
Rafaela: vocês ainda vão ficar juntos. Vê o que eu to falando 
Isabela: sem essaaaa - empurrei-a pelo ombro - Deus me livre
Rafaela: meu irmão tá na sua, Bela, e sinto em te dizer, ele não desiste de nada tão fácil assim
Isabela: não tem nada! Ele já me beijou, pronto. Ele para - riu -
Rafaela: vai nessa... vai nessa - levantou - vamos? 
Isabela: não fala nada pra ninguém
Rafaela: eu nem sei de nada - deu ombros e foi saindo - dois minutossss
Isabela: to indo - peguei meu celular, o cabo e a bateria externa, minha bolsa e desci. Lembrei que tava descalça, voltei rapidinho, peguei o par de tênis que tava lá jogado e desci com o mesmo na mão. No ultimo degrau da escada, calcei-os e peguei a chave no balcão - vamos
Jota: orraaaa, achei que não ia mais 
Isabela: sorry - forcei um sorriso, olhei pro Neymar rapidamente e ele estava me olhando e sorrindo também. Nossa mãe.... - vamos - fui andando na frente como se não tivesse notado isso, abri a porta, esperei os três passarem, Neymar foi o ultimo e me empurrou levemente me fazendo dar um passo pra trás ao passar. Idiota. Fechei a porta. Entramos no carro e Jota deu partida. Fui quieta o caminho inteiro (como se não fosse somente 10 minutos de carro da minha casa e não conseguia parar de pensar no que tinha acabado de acontecer. Tudo! - 
Rafaela: hein, Isabela? 
Isabela: oi? 
Rafaela: você vai querer que a gente entre com você?
Isabela: ah não! É claro que não. Vai demorar, não quero incomodar mais do que já to
Jota: não tá incomodando
Neymar: é, para com isso - disse me olhando e dei ombros -
Rafaela: eu vou com você 
Isabela: tudo bem
Rafaela: quando terminar eu ligo e vocês vem 
Neymar: tá bom. Liga se precisar - novamente disse pra mim e assenti levemente. Desci e logo a Rafa estava atrás de mim. Começou a me bater um nervosismo surreal mas tentei me controlar e focar no que eu precisava fazer. Pedi ajuda a um dos seguranças do prédio que eu trabalho, expliquei o que tinha acontecido e ele foi super gentil me levando até o chefe dele. Que me deu um chá de cadeira de quase meia hora, até poder vir me atender. Expliquei novamente o que precisava e ele me levou até a sala de monitoramento -
: essa aqui - apontou pra tv - é a câmera de onde você estava - assenti - vamos só achar a data - assenti novamente e poucos segundos depois ele me entregou as imagens - vou colocar você nesse computador aqui - apontou - e você pode ficar à vontade pra olhar, tudo bem?
Isabela: certo, obrigada! Como eu faço pra pegar quando eu achar? 
: você fala com ele - apontou pro rapaz atrás de mim, o olhei e ele acenou brevemente - tem pendrive?
Isabela: tenho 
: ele coloca pra você
Isabela: muito obrigada! - sorri e ele assentiu um pouco. Fez o que tinha que fazer no computador e saiu me dando espaço. Sentei, a Rafa sentou do meu lado e ficamos mais ou menos quinze minutos adiantando todas as imagens até que chegou a parte que eu queria -
Rafaela: aqui - apontou assim que me viu e assenti. Ficamos assistindo por mais ou menos doze minutos, tempo que eu fiquei com a Alexia onde eu disse que estava e assim que entrei no hospital com ela, dei pause e chamei o rapaz. Ele me ajudou colocando a parte que eu queria no meu pendrive e o agradeci bastante quando ele me devolveu - e agora?
Isabela: tenho que mostrar pra Celina
Rafaela: então vamos logo, essa garota tem que pagar por essa mentira
Isabela: acho melhor eu voltar aqui amanhã
Rafaela: tem certeza? 
Isabela: aham! Ainda tenho que pensar bastante no que vou falar pra ela, não sei se quero continuar aqui
Rafaela: Bela...
Isabela: é sério! Não quero ficar num ambiente com uma pessoa que aparentemente vai fazer de tudo pra me ver longe daqui e mais ainda, não consigo aceitar o fato da Celina acreditar cegamente nela sem ao menos averiguar o que aconteceu
Rafaela: entendo. Então - deu ombros - você que sabe - assenti - vou ligar pro Ju 
Isabela: tá bom - fomos saindo do hospital enquanto ela falava com o irmão dela e ficamos esperando eles no mesmo lugar que tinham nos deixado antes. Quando eles chegaram, entramos e eles já foram perguntando como foi - eu peguei as imagens, mas deixei pra falar com ela amanhã 
Jota: por que? Devia ter resolvido isso logo
Rafaela: também acho
Isabela: não, não é assim! Ainda to muito revoltada com isso tudo, se eu for hoje, vou acabar falando demais e me prejudicando ainda mais. Eu me conheço
Neymar: você não vai se prejudicar, ela vai ver que errou quando você entregar as imagens 
Isabela: eu sei que vai mas mesmo assim eu tenho que pensar
Neymar: em que? - a todo momento ele estava virado pra trás e não tirava os olhos de mim. Estava me incomodando pois não tinha mais pra onde olhar e passei a olhar pela janela -
Isabela: em tudo! Não gosto de arrumar confusão com ninguém, nunca fiz mal pra essa garota pra ela tá de implicância comigo, não sei se vale a pena gastar minha saúde mental com ela 
Jota: e isso quer dizer o que então? 
Isabela: que talvez eu tenha que escutar meus pais e fazer o que eles sempre pediram 
Neymar: que é...? - ri um pouco -
Isabela: trabalhar com eles no Sírio - vi os dois olhos do Neymar se arregalarem de um jeito, que parecia que eu tinha dito que tinha acabado de matar alguém. Ri mentalmente -
Rafaela: ah pronto, surtou 
Neymar: tá doida, Isabela? Vai dar razão a essa garota? 
Jota: exatamente isso que vai acontecer se você sair 
Isabela: não vale a pena, gente! Minha saúde mental vale mais que essa imbecil, quero ficar na minha, não quero ficar esquentando minha cabeça com ninguém 
Rafaela: acho que tu tá se precipitando demais em pensar nisso, querer falar com a sua chefe somente amanhã, ok! Esperar a poeira baixar e etc, mas já querer sair? 
Neymar: é! Você nem sabe o que vai acontecer com essa garota ai, vai que ela é demitida 
Isabela: é.. - dei ombros - vou aguardar 
Neymar: muito bem e ah, minha mãe mandou chamar você pra jantar lá em casa hoje
Rafaela: mandou foi? Sei! - deu uma risadinha - 
Neymar: to falando sério, quer ver a conversa? 
Rafaela: eu não! Acredito em você, maninho - rimos -
Isabela: não vou, gente! Fala pra ela que obrigada pelo convite mas fica pra outro dia - ele ia falar algo mas continuei - aliás, me dá o seu celular pra eu mandar um áudio pra ela - assentiu e segundos depois me entregou o celular aberto na conversa da mãe - oiii tia!! Obrigada pelo convite mas já incomodei muito vocês hoje - dei uma risadinha - deixa pra outro dia, eu prometo que vou. Beijo - enviei e devolvi o celular pra ele -
Jota: essa Nadine é muito babona mesmo - riram - 
Rafaela: nossa nem fala - ri -
Neymar: oh respondeu - me entregou e ouvi -
Nadine: não tá incomodando nada, dona Isabela! Mas ok, tá me devendo essa visita - ri e somente digitei "hahahaha fechado" devolvendo pra ele em seguida. O  resto do caminho até minha casa fui calada só ouvindo a conversa deles. Me despedi deles agradecendo mais uma vez e entrei em casa. A primeira coisa que fiz foi me jogar no sofá e ligar pra minha mãe, era tudo que eu mais precisava. Demorou um pouco mas ela atendeu.
Heloisa: oi, meu anjo
Isabela: oi, mãe. Ocupada?
Heloisa: um pouco - suspirei tristemente - que que tá acontecendo?
Isabela: nada. depois você me liga, quando tiver livre 
Heloisa: nada disso, Isabela, pode ir falando 
Isabela: é que aconteceu muita coisa hoje 
Heloisa: estou ouvindo
Isabela: então - comecei a contar tudo com detalhes e no final eu tava soluçando de tanto chorar - eu só queria vocês aqui, mãe 
Heloisa: amor, calma. Não adianta mais chorar, você errou sim e reconheceu que errou, que bom! Agora já sabe que precisa sempre pensar muito bem antes de tomar uma decisão que envolve outras pessoas 
Isabela: eu sei, mas você não acha injusto o jeito que ela me tratou?
Heloisa: deixa eu terminar de falar
Isabela: tá bom 
Heloisa: acho que ela se precipitou sim em não ter pelo menos apurado os fatos e acho que você está se precipitando em querer largar tudo ai e vir embora. Não é assim que se resolve as coisas. Você é adulta e madura, não pode agir como uma criança mimada que no primeiro problema corre de volta pros pais. Mostre para ela que você errou sim mas que aprendeu e não vai fazer mais. E coloque essa menina no lugar dela
Isabela: mas ela vai continuar fazendo coisa pra me irritar, eu tenho certeza! Eu nunca fiz nada pra ela
Heloisa: eu sei, amor. É claro que eu sei mas você vai ter que lidar com isso, ninguém nasce pra agradar todo mundo, filha. Quando ela perceber que fazendo mal pras pessoas, ela só vai piorar a situação dela mesmo, ela para. Não queremos que você volte, você vai continuar ai e vai resolver essa situação que você mesma se colocou, mas se depois de resolver tudo, você não se sentir confortável ai, você sabe que tem nosso apoio pra voltar e ficar conosco no hospital
Isabela: eu sei, mãe. Eu vou pensar com calma
Heloisa: isso, faça exatamente isso. Semana que vem estamos indo ficar com você, tudo bem?
Isabela: juraaa? - parece que meu coração ficou mais quentinho instantaneamente depois do que acabei de ouvir -
Heloisa: juro, iríamos fazer surpresa mas é melhor que você saiba logo
Isabela: nem to acreditando - sorri - to muito feliz agora 
Heloisa: só assim que queremos te ver, Bela, bem feliz. Te amamos, amor
Isabela: eu também amo vocês, obrigada, mamãe
Heloisa: por nada. Agora preciso desligar. Mais tarde nos falamos de novo, tá?
Isabela: tá bom, manda beijo pro papai
Heloisa: mando sim, beijo - desligou e eu enxuguei minhas lágrimas bem animadinha. Subi pra tomar banho, demorei um pouco fazendo isso porque querendo ou não, eu ainda estava triste e ficar um pouquinho embaixo d'água me fez pensar um pouco. Vesti uma roupa pra ficar em casa de boa e desci pra ficar na sala. Deitei no sofá, liguei a tv e botei em um canal qualquer somente pra fazer barulho na casa mesmo. Usei os minutos seguintes pra contar tudo pra Lola e pro Heitor e eles falaram coisas que fizeram me sentir um pouquinho melhor. Cortei frutinhas pra comer, voltei pra sala, tirei foto e postei no story. O Neymar foi o primeiro a ver -juro- e segundos depois o facetime começou a tocar uma chamada dele. Tá de sacanagem. Atendi e coloquei o dedo na câmera -
Isabela: mano, já deu saudade? 

Neymar: para de graça, aparece ai
Isabela: não, to feia
Neymar: você não tá, você é! - gargalhou -
Isabela: nossa, super engraçado
Neymar: vai ou, to zuando né! Impossível você ficar feia
Isabela: morde e assopra - ri e apareci na chamada -
Neymar: ai, falei - riu - 
Isabela: o que você quer?
Neymar: nossa, to sendo super gentil te ligando querendo saber se você tá melhor e você me vem com uma grosseria dessa? 
Isabela: falava no whats, Ney - ironizei e ele riu -
Neymar: chata 
Isabela: brigada pela preocupação, to melhor sim 
Neymar: que bom! E tem outra coisa
Isabela: ah meu Deus, o que? - riu -
Neymar: Davi quer saber se pode dormir com você
Isabela: só ele, ne?
Neymar: ele e o pai dele 
Isabela: jurou - gargalhou -
Neymar: só ele oh abusada 
Isabela: claro que pode né, precisava nem pedir 
Neymar: então da proxima vez já vou ai direto 
Isabela: não, manda alguém trazer - ri -
Neymar: tá com medo de não aguentar ficar perto de mim, né? Eu sei! 
Isabela: pronto, estragou o papo - revirei os olhos e ele riu - 
Neymar: ae, pode mesmo?
Isabela: obvio 
Neymar: vou levar ele ai. Quer mc?
Isabela: você tá muito bonzinho, to desconfiando demais disso - riu novamente -
Neymar: eu sou bonzinho, você que é insuportável - revirei os olhos - quer ou não?
Isabela: quero - dei ombros - 
Neymar: tá bom, trinta chego 
Isabela: tá, tchau
Neymar: beijo? 
Isabela: tchau, Junior
Neymar: Junior, ai sim - riu e desliguei rindo. Era só o que me faltava mesmo -






HEEEEEEEEYY!!


Oiii, meninas!

Sei que andei bem em falta com vocês, perdi um pouco a vontade que eu tinha de escrever mas já tinha esse capítulo encaminhado e resolvi terminar e postar pra vocês. Vou tentar me esforçar pra postar mais e queria saber se vocês querem que eu poste um capitulo menor que não demoro tanto a escrever ou um maior que levo mais tempo pra terminar e consequentemente demoro mais a postar? Ah, e o que vocês acham que a Isabela deve decidir: ficar em Barcelona ou voltar pro Brasil?
Opinem e me desculpem a demora.

Beijos

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